Você monitora o tempo que seu(sua) filho(a) passa em frente às telas eletrônicas?
Com a crise sanitária de 2019, crianças e adolescentes ficaram mais expostas ao computador em virtude das aulas online. É fato que o uso da tecnologia trouxe praticidade e interação ao dia a dia durante a pandemia da Covid, mas o uso excessivo da internet pode causar danos irreversíveis à saúde física e mental.
Esse tema tão importante e que gera tanta preocupação aos pais foi abordado na palestra “Crianças e Adolescentes no Mundo Digital”, com a psicóloga Fabiana Vasconcelos, para as famílias da Ensino Fundamental, no último dia 14 de março. No próximo dia 29, a atividade está prevista para os pais e responsáveis da Educação Infantil.
O assunto é polêmico, pois o uso de telas eletrônicas, televisão ou celular, para crianças e adolescentes é cada dia mais prevalente no mundo. Evidências e dados sugerem que o excesso do uso de telas pode causar danos no aspecto cognitivo, distúrbios de aprendizagem, aumento de impulsividade e diminuição da habilidade de regular as próprias emoções, além de déficit de atenção.
Segundo a psicóloga Fabiana Vasconcelos, é importante estar ciente do tempo recomendável para cada idade, além de tomar conhecimento do conteúdo que eles acessam na internet, com o intuito de protegê-los, dentre outros perigos, do Cyberbullying e da pornografia.
Com o crescimento da utilização das tecnologias torna-se cada vez mais comum presenciarmos crianças e adolescentes utilizando excessivamente as redes sociais, envolvidos, por horas, em seus dispositivos eletrônicos. O uso das telas faz parte da rotina de muitas crianças e, por isso, necessita ser um tema de reflexão contínua. A tecnologia pode ser uma aliada no desenvolvimento, mas não deve substituir os estímulos fundamentais da constituição do corpo e da mente. De acordo com Fabiana, o tempo de permanência e os conteúdos acessados devem ser monitorados continuamente. “ O uso excessivo das redes sociais pode trazer sérios problemas no futuro”, afirma.
As Sociedades de Pediatria Internacionais, como a Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Pediatria, orientam que os pais limitem a exposição excessiva às telas. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a exposição a telas eletrônicas não é recomendada, em hipótese alguma, para crianças menores de dois anos e o tempo de tela sedentário não deve ser superior a uma hora por dia para crianças de dois a quatro anos.
O aumento global do tempo de tela para crianças é preocupante, especialmente na primeira infância e pode ter efeitos de longo prazo, comprometendo o desempenho escolar, a produtividade e mais à frente, quando adultas, o mundo do trabalho. Além disso, existem os aspectos fisiológicos: doenças, a exemplo da diabetes mellitus, depressão, problemas no sono, dentre outros.
E você, regula o tempo do seu(sua) filho(a) em frente às telas?
QUEM É FABIANA VASCONCELOS:
A Psicóloga Fabiana Vasconcelos é Psicanalista, formada em Psicologia pela Unifor e Pós-graduação em Educação pelo Framingham School of Education e em Psicanálise pela Boston Graduate School of Psychoanalysis. Trabalhou 12 anos no sistema público escolar de Massachusetts, escola com foco no uso de novas tecnologias digitais e internet no desenvolvimento da educação. Psicóloga líder da ação social Fundação Samura, levando a Pedagogia dos Valores Humanos para uma comunidade escolar filantrópica/pública em Fortaleza, CE. Responsável pelo desenvolvimento das metodologias e livros de Educação e Prevenção do Instituto DimiCuida desde 2015, com foco na pesquisa dos comportamentos no mundo digital e o cérebro adolescente.
